O Rio Grande do Norte lidera o ranking nacional de comprometimento da receita com gastos de pessoal e previdência, segundo relatório do Tesouro Nacional referente ao 3º bimestre de 2025. O estado destinou 72% da receita ao pagamento de servidores (maior índice do país) e 38% das despesas à previdência, restando apenas 2% para investimentos. O déficit previdenciário chegou a R$ 1,1 bilhão (12% da RCL), pressionando as contas públicas.
Apesar do aumento de 12% na arrecadação, as despesas cresceram 14%, e o superávit caiu de R$ 1,44 bi (2024) para R$ 940 mi (2025). A Secretaria da Fazenda reconhece o problema, mas aponta tendência de queda: o índice caiu de 63% no início da gestão para 55% atualmente. Uma lei em vigor a partir de 2026 limitará o crescimento da folha a 80% do aumento da receita.
Especialistas alertam que o principal desafio é estrutural: folha de pagamento cresce acima da arrecadação e o déficit previdenciário tende a aumentar devido ao envelhecimento do quadro e restrições à reposição de servidores. Além disso, o economista Thales Penha defende revisão de incentivos fiscais e uma reforma administrativa para corrigir distorções salariais e recuperar a capacidade de investimento.
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