A crise na rede municipal de saúde de Natal chegou nesta segunda-feira (8) a uma semana sem normalização. O Hospital Infantil Varela Santiago, referência em cirurgia pediátrica, segue com o serviço suspenso e sem previsão de retorno. Algumas cirurgias voltaram a ocorrer, mas a maioria continua paralisada.
O impasse começou após a Prefeitura encerrar o contrato com a Coopmed/RN e repassar a gestão das escalas médicas para as empresas Justiz Terceirização e Proseg Consultoria, contratadas emergencialmente por R$ 208 milhões ao ano. A mudança provocou protestos de médicos e do Sinmed, que acusam o município de descumprir decisões judiciais e gerar insegurança jurídica.
Desde então, houve escalas incompletas em UPAs, paralisação de ambulatórios, suspensão de cirurgias eletivas e três mortes no Hospital dos Pescadores em apenas dois dias, o que intensificou a pressão sobre a gestão municipal.
A Prefeitura afirma que o processo é legal e necessário para corrigir fragilidades contratuais da Coopmed, que atuava sem vínculo formal desde 2023. No Varela Santiago, médicos declararam que não reconhecem a atual prestadora do SUS e rejeitam a quarteirização de contratos.
Enquanto a cirurgia pediátrica segue paralisada, o mutirão de otorrinolaringologia foi mantido, pois já estava programado. O Ministério Público do RN acompanha a crise, e a Secretaria de Saúde prevê normalização gradual nesta semana. A greve dos médicos estatutários continua, e a disputa entre Prefeitura, empresas e profissionais mantém a rede sob risco de novos impactos.
Deixe um comentário