Dados da Secretaria de Segurança Pública do RN revelam que, entre janeiro e julho de 2025, ocorreram 10 feminicídios no estado — uma média de uma mulher assassinada a cada 21 dias por motivo de gênero. Embora o número tenha caído em relação ao mesmo período de 2024 (12 casos), a violência contra a mulher segue alarmante. Nacionalmente, foram registrados 1.463 feminicídios em 2024, sendo mais de 60% dentro de casa.
A promotora Érica Canuto destaca que o feminicídio é o ápice de um ciclo de violência evitável, geralmente precedido por agressões físicas e psicológicas. Em 2025, o RN registrou aumento de 7,4% nas lesões corporais contra mulheres e um salto nos registros de feminicídio devido à nova tipificação legal (Lei nº 14.994/2024), evidenciando que antes havia subnotificação.
Grande parte das vítimas nunca denunciou ou buscou medidas protetivas. Especialistas alertam que o medo, a culpa e a cultura machista ainda impedem muitas mulheres de procurar ajuda. A advogada Mariana Siqueira ressalta que a violência costuma começar de forma sutil e se agravar com o tempo.
Apesar de avanços legais, como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio desde 2015, é preciso fortalecer a educação e as redes de apoio para mudar uma cultura enraizada. O sistema de Justiça do RN tem adotado medidas inovadoras, como grupos reflexivos com agressores, que reduziram significativamente a reincidência.
A notícia também diferencia feminicídio de homicídio comum: o feminicídio ocorre quando a mulher é morta por ser mulher, geralmente no contexto doméstico, e carrega marcas de dominação, posse e misoginia. A violência de gênero pode ser física, moral, sexual, patrimonial ou psicológica, e nem sempre começa com agressões visíveis.
Denúncias podem ser feitas pelos números:
- 180 (Central de Atendimento à Mulher)
- 190 (Polícia Militar)
- 181 (Disque-Denúncia da Polícia Civil)
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