O prefeito de Natal, Paulinho Freire (União), avalia se mantém o contrato com a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) ou se rompe a parceria para assumir diretamente os serviços de água e esgoto na capital. A decisão, considerada estratégica, será tomada nos próximos meses, segundo o secretário municipal de Planejamento, Vagner Araújo.
Atualmente, 98,7% da população de Natal tem acesso à água encanada, mas apenas 33,2% conta com coleta de esgoto — índice bem abaixo da média nacional de 62,4%. Vagner critica o histórico da Caern, que, segundo ele, tem descumprido metas de forma recorrente. O município avalia duas opções: reforçar sua participação na Parceria Público-Privada (PPP) da Caern, exigindo resultados mais claros, ou romper o contrato e criar uma PPP própria, o que daria mais autonomia à gestão municipal sobre os investimentos e tarifas. Para universalizar o saneamento até 2033, Natal precisaria investir entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões.
Por outro lado, o presidente da Caern, Roberto Linhares, alerta que uma eventual saída da companhia exigiria o pagamento de uma indenização estimada em R$ 530 milhões pelos ativos não amortizados, como estações de tratamento, tubulações e elevatórias. Ele ainda afirma que a tarifa pode aumentar significativamente, citando o exemplo de Alagoas, onde a tarifa subiu cerca de 60% após adoção de PPP semelhante.
O presidente da Caern também disse que as negociações com a Prefeitura estão em andamento há dois anos, com possibilidade de a empresa contribuir financeiramente com ações municipais, como drenagem e resíduos sólidos.
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